Ozonioterapia

O que é a Ozonioterapia:

É uma técnica que se utiliza do gás ozônio e seu potencial antioxidante para fins terapêuticos no organismo. O ozônio terapêutico é uma mistura de no máximo 95 % de oxigênio e 5 % de ozônio, cujo objetivo é provocar um estresse oxidativo agudo controlado, adequado e transitório, sem ultrapassar a capacidade antioxidante do organismo. Cada procedimento tem uma determinada concentração e um determinado volume utilizado, assim como o número de aplicações, dependendo da ação necessária para o paciente. Os protocolos estão bastante determiandos em protocolos básicos padrões, como no Protocolo de MADRI,por exemplo sempre necessitando a análise previa da necessidade do paciente. 

A ozonioterapia funciona como auxiliar no tratamento de doenças que, principalmente, tem sua origem em processos oxidativos – degenerativos, inflamatórios, virais, bacterianas, fúngicos, entre outros. (FERNANDEZ-CUADROS et al., 2018).

Resumindo: Ozonoterapia é uma modalidade terapêutica que recorre ao ozônio – uma molécula composta por 3 átomos de Oxigénio (O3). O Ozônio é facilmente assimilado pelo corpo de forma efetiva no âmbito terapêutico e clínico. Este processo de oxigenação e oxidação, que se revelam eficazes no tratamento de uma enorme variedade de patologias. O Ozônio possui propriedades analgésicas, anti-inflamatórias, drenantes, oxigenantes, antioxidantes e atua como moderador de radicais livres, o que faz da Ozonoterapia uma excelente terapêutica versátil e cada vez mais praticada em todo mundo como um excelente recurso clínico.

A Ozonioterapia não é uma prática recente

O gás ozônio foi descoberto por Christian Friedrich em 1840, sobre o qual há relatos sobre sua utilização durante a 1ª guerra mundial, junto aos tratamentos de gangrena gasosa e pós- traumática em soldados alemães.

Desde então, a ozonioterapia, tem sido utilizada intensivamente na medicina humana, assim como também tem adquirido espaço em processos de terapêutica em feridas de animais e assim, tem sido descrito como importante método utilizado na grande área de medicina veterinária, como mais uma a opção de tratamento, devido aos seus excelentes resultados apresentados.

Trouxemos um estudo que tem como objetivo fazer uma revisão de literatura, com artigos publicados num horizonte de Quinze anos, sobre a utilização deste método, assim como verificar quais as principais doenças tem sido tratadas com ozonioterapia. A sua leitura é muito importante para que se tenha uma idéia da maravilha que é essa terapia complementar.

Umas das observações é que verificou-se, que o uso de ozônio na terapêutica de lesões ulcerativas tem sido amplamente utilizado nos últimos anos.

Suas propriedades envolvem a produção de estímulos para síntese de citocinas, além de maior produção de anticorpos, ativação de Linfócitos T e principalmente: melhora da oxigenação e do metabolismo das células, via vasodilatação, assim como do advento de proporcionar maior resposta enzimática antioxidativa, fatores estes, tão importantes no processo de cicatrização de feridas ulcerativas, as quais podem encontrar-se circunscritas na pele e determinadas pela morte e expulsão do tecido, que podem ser resultantes de traumatismo, ou mesmo originadas a partir de doenças relacionadas com o impedimento do suprimento sanguíneo.
Inúmeros são os estudos que temos atualmente. É uma prática complementar que, como tudo, se aplicada corretamente, traz benefícios incomensuráveis ao paciente.
Leia os artigos  ESTUDO SOBRE A OZONIOTERAPIA E AS POSSIBILIDADES

 

PROFISSIONAIS AUTORIZADOS E REGULAMENTADOS PARA A PRÁTICA DA OZONIOTERAPIA: Os Conselhos Federais de Odontologia, Medicina Veterinária, Biomedicina, Fisioterapia, Farmácia, Enfermagem e Biologia já regulamentaram a prática da Ozonioterapia.
O Conselho Federal de Medicina em 2019 considerou essa técnica como experimental.

A Lei  Nº 14.648, de 4 de agosto DE 2023 – Autoriza a ozonioterapia no território nacional.

A Ozonioterapia apresenta grande versatilidade. Há muitos estudos que mostram eficácia deste tratamento para dores crônicas, em alguns casos até mesmo evitando cirurgias.

Outras pesquisas indicam melhora da oxigenação dos tecidos e modulação do sistema antioxidante, além de ação no sistema imune e na regulação metabólica. Há tratamentos estéticos com aplicações menos invasivas e tópicas que são usados para ativar a cicatrização. 

Grandes são os avanços da ozonioterapia e, a experiência de profissionais sérios nos dá o respaldo para nossas aplicações.

Vias de aplicação:

Bocci (2011) sempre de acordo com a orientação prescrita na anamnese.
1. a) Aplicação Sistêmica por Via Endovenosa de Oxigênio: também conhecida como Autohemoterapia Maior, é feita com a retirada de uma quantidade de sangue, tratando o mesmo com ozônio, e depois o reinsere na veia;
2. b) Aplicação Sistêmica Autóloga ou Autohemoterapia Menor com Ozônio: via intramuscular do sangue ozonizado do próprio paciente;
3. c) Aplicação Tópica: tratamento realizado com bolsa plástica, utilizando-se de um sistema fechado de circulação de ozônio e um sistema de sucção conectado a um catalisador de ozônio;
4. d) Água Bidestilada Ozonizada e Azeite Ozonizado: aplicação tópica na pele ou área afetada;
5. e) Insuflação: aplicação direta nas mucosas intestinal (insuflação retal), vesical (insuflação vésico-uretral) e vaginal (insuflação vaginal);
6. f) Aplicação Subcutânea, Intra-articular, Para-vertebral, Peridural ou Intradiscal: aplicação direta;
7. g) Outras: via óptica (casos oftalmológicos), via ótica (pavilhão auricular), sublingual, dentre outros.
Existem algumas vias que não têm recomendação pela falta de segurança em sua aplicação, seja pelo risco de embolia ao aplicar um gás ou interação terapêutica. As vias de aplicação não recomendadas por não serem seguras são: injeção endovenosa direta, injeção intra-arterial. Como via de aplicação proibida está a inalatória. E as vias de aplicação em que não há consenso são: injeção de água ozonizada, injeção de solução glicosada ozonizada, método hiperbárico (HBO3) e o ozônio intraperitoneal (DECLARAÇÃO DE MADRID, 2020).

Algumas considerações farmacológicas:

Para o uso medicinal dessa terapia, a concentração do gás ozônio deve estar em uma “janela terapêutica”, com doses variando de 10 a 80 µg/mL, menores que aquelas utilizadas em níveis industriais, em razão da sua instabilidade e toxicidade (BOCCI, 2011; SCHWARTZ; MARTÍNEZSÁNCHEZ, 2012).
O ozônio medicinal gera diversas ações no organismo, como: aumento na oxigenação e circulação /microcirculação sanguínea para tecidos isquêmicos, melhorando o metabolismo como um todo; melhora da angiogênese; elevação das enzimas antioxidantes celulares, como glutationa peroxidase (GSH), glutationa redutase (GSR), catalase (CAT) e superóxido desmutase (SOD); modulação do sistema imune pela ativação neutrofílica e liberação de citocinas e fatores de crescimento (pela ativação plaquetária); redução de mediadores inflamatórios, inativando substâncias algógenas através da oxidação, dentre outras (SAGAI; BOCCI, 2011; JANI et al., 2012; SCHWARTZ; MARTÍNEZ-SÁNCHEZ, 2012).
Cakir (2014) agrupa as diversas indicações da ozonioterapia em áreas, a saber: dermatologia (Herpes Zoster e Simplex, acne, eczema, micose, dermatite atópica, feridas de difícil cicatrização), endocrinologia (diabetes mellitus, hipotireoidismo), gastroenterologia (gastrite, úlcera gástrica, doença de Crohn, constipação crônica), pneumologia (asma, bronquite crônica), hepatologia (hepatites), reumatologia (doenças osteomioarticulares e doenças autoimunes), sistema cardiovascular (hipertensão arterial, aterosclerose, coronariopatias, vasculopatias), ginecologia (infecções bacterianas e fúngicas, vaginites, menopausa, infertilidade), dentre outras.
Bocci (2004) diz que para um uso cauteloso da terapia, principalmente na auto-hemoterapia, a quantidade de ozônio a ser administrado no organismo do paciente deve ser calibrado em relação a capacidade antioxidante do sangue do mesmo, para que haja um controle minucioso e individual do potencial de toxicidade de ozônio que cada indivíduo pode receber.
 A análise do sangue do paciente para aferir a capacidade antioxidante é feita através de oito biomarcadores: glutationa reduzida (GSH), glutationa peroxidase (GPx), superóxido dismutase (SOD), glutationa transferase (GST), hidroperóxidos totais (HPT), substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (SRATB), catalase (CAT) e dienos conjugados (DC). A interpretação deste resultado se dá por um algoritmo, desenvolvido por um programa de computador, que discrimina quatro índices, quais sejam: atividade antioxidante total, atividade pro-oxidante total, índice redox, grau de estresse oxidativo, que são hábeis a definir a dose necessária, já que o programa identifica o estado redox do paciente e a estimativa do nível de estresse oxidativo (RE et al., 2008). Também a dosagem da G6PD é fundamental antes do inicio da ozonioterpia. Entre no post acima, Ozonioterapia e G6PD e veja todos os detalhes.

Leia a apresentação técnica : OBJETIVIDADE DA APRESENTAÇÃO: G6PD X OZÔNIOTERAPIA 

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